Disfunção erétil e Ansiedade: Estudo correlacional exploratório utilizando BAI e SSES

20 de maio de 2014

CRPSP PJ 1506/5
GEPIPS – Grupo de Estudos e Pesquisas do INPASEX
Diego H. Viviani
Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Ítor Finotelli Júnior
Elaine C. Catão
Fernanda Robert de C. S. Silva

Os Instrumentos

Utilizando o conceito de auto-eficácia para avaliar as crenças sobre o desempenhosexual, a Escala de Auto-Eficácia Sexual – formaE (SSES–E) mensura a percepção do paciente frente à execução do comportamento sexual. É composta por 25 itens relacionados às atividades sexuais masculinas, cujo escore total é obtido pela média dos escores dos itens, indicandoumamédia da percepção do funcionamento sexual. É possível extrair também se o paciente se sente capaz de executar os comportamentos descritos nos itens.

Inventário Beck de Ansiedade (BAI) é composto 14 itens de múltipla escolha que avaliam sintomasde ansiedade; instrumento ateórico, cujo escore total é obtido pelasomados escores dos itens que indicamo grau de classificação da ansiedade.

Objetivos

O presente estudo teve como objetivo estimar a associação entre auto-eficácia sexual e sintomas de ansiedade pelos resultados dos instrumentos SSES-E eBAIempacientes comqueixa de disfunção erétil.

Sujeitos e Métodos

Compôs a amostra 34 homens, submetidos à psicoterapia entre 1997-2007 em clínica particular, no município de São Paulo, cujos instrumentos foram respondidos no primeiro atendimento. Os pacientes tinham em média 36,90 anos (DP=10,57, Idade mínima = 18 anos, Idademáxima = 62 anos).Oestado civil: 44,10% solteiros, 44,10% casados e 11,80% separados; sendo 88,20% comformação superior completa.

Resultados

Ambos os instrumentos obtiveram apropriados índices de consistência interna (médios dos pacientes para o SSES-E foramde 53,94 (DP = 19,62) e 14 pontos noBAI (DP = 10,64).

Comrelação à pontuação dos pacientes no BAI, destaca-se que 50% obtiveramno escore total, índices que os classificam como Moderado e Grave quanto ao grau de sintomatologia da ansiedade. Relacionados aos itens, destaca-se as seguintes freqüências de respostas dos pacientes: incapaz de relaxar (50% de Moderado para cima); inquieto (58,90% de Moderado para cima); nervoso (70,60% de Moderado para cima); medo de morrer (74,40% não pontuaram); desmaio (100% não pontuaram).

Ao estimar a associação entre a auto-eficácia sexual e sintomas de ansiedade pelos instrumentos foi empregado o coeficiente de correlação Pearson cujo índice encontrado foi -0,29 expressandoumacorrelação próxima a negativa moderada.

Para aprofundar a análise do índice de correlação obtido, considerou-se o estudo de validação do BAI no Brasil no qual estabelece quatro graus de classificação: Mínima (0 a 09), Leve (10 a 16), Moderado (17 a 29) e Grave (30 a 63). Desta forma, a relação entre a classificação dos pacientes nos dois instrumentos é expressa: Mínima, 70% obtiveram escores iguais ou menores a 67,60 pontos na SSES-E; Leve, 78,60% obtiveram escores iguais ou menores que 66,40 na SSES-E; Moderado, 71,40% obtiveram escores 59,17% na SSES-E; e Grave,100% obtiveram escoresmenores que 53,60 na SSES-E.

Conclusões

Neste estudo, a maior freqüência dos sintomas indicados pelo BAI: incapaz de relaxar, inquieto e nervoso; são descritos na literatura como sintomas associados a comportamentos de indivíduos comqueixa de disfunção erétil. Consideram-se os itens: medo de morrer e desmaios não característicos dessa disfunção.

Com relação à média dos escores obtidos na SSES-E a amostra não difere da média encontrada em populações comdisfunções sexuais. No BAI o grau médio de classificação da ansiedademanteve-seem “Leve”, não diferindo de estudos compopulações não clínicas.

Por fim, o índice de correlação demonstrou associação entre ansiedade e auto-eficácia sexual para pacientes com queixa eretiva. Sintomas de ansiedade interferem na auto-eficácia, porém não explicam essa dificuldade, existeumatendência de que os indivíduos comaltos graus de ansiedadepontuemmenosemsua auto-eficácia.

Por se tratar de um estudo exploratório, recomendam-se pesquisas posteriores, com amostras representativas; que aprofundem o grau de associação dessas duas variáveis, bem como outras que possam influenciar na auto-eficácia e auto-avaliação sexual.

Publicado originalmente em: https://psicologia.inpasex.com.br/index.php/gepips-disfuncao-eretil-e-ansiedade/

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